terça-feira, 16 de março de 2010

Os banhos e as Caldas das Taipas


A Alexandra Ferreira desenvolveu, nos últimos tempos, um trabalho de procura e identificação de fontes sobre as Caldas das Taipas, socorrendo-se do espólio do sr. Carlos Marques. Sobre os banhos públicos e as futuras termas conseguiu, no Comércio de Guimarães, a seguinte informação:
Foi um pharmaceutico (cujo nome e morada se ignoram ), que deu origem aos banhos, por ser o primeiro que descobriu ali um poço d’água sulfúrica quente, mandado fazer-lhe em volta um resguardo de taboas, para os pobres tomarem banho, e d’ahi lhe deram o nome de Caldas das Taypas. Dentro de pouco tempo correu fama a excellencia da água para doenças de pelle. Ao lado norte dos banhos está um penedo com duas faces aprumadas, n’uma das quaes se acha gravada em caracteres que a mão do tempo tornou quasi imperceptíveis uma inscripção, quem diz:
«Aquella obra mandou fazer o imperador Trajano Augusto, filho de César Nerva vencedor dos alemaens; e do Pontifice Maximo. Sendo tribuno do povo, a sétima vez imperador, Consul a quarta e tendo título de pae da pátria.»
Na outra face está também gravada a seguinte inscripção:
«Para alivio da humanidade e remédio de rebeldes doenças herpéticas. Foram renovados e aumentados estes banhos thermaes por ordem do senado da comarca da Villa de Guimarães, sendo seu prezidente o António Cardozo de Menezes e Athayde - António do Couto Ribeiro – secretário; José Leite Duarte, procurador Manuel Luiz de Sousa.»
Em testemunho do seu zelo e actividade, para emulação dos vindouros, elles mesmos mandaram gravar esta inscripção, que desafia e vencerá o tempo e a eternidade em 1818. “
Comércio de Guimarães nº2037, 6 de Fevereiro de 1906 (Post: Alexandra Gonçalves Ferreira, 9º E)

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