quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vivências republicanas - a revolução na imprensa vimaranense

Será que a primeira cidade da monarquia foi a última cidade da república? (Alfredo Pimenta)
A leitura que a imprensa de Guimarães teve sobre a revolução republicana, foi alicerçada na componente ideológica de que estavam eivados os diferentes jornais que, na alltura, eram publicados no concelho. Uns enalteciam o carácter cívico e a luta heróica dos revolucionários, outros, mais conservadores e fieis à monarquia, a(de)nunciavam a revolução.
O Regenerador (nº 98) titulava: Depois de renhida luta, em que, segundo se consta, morreram muitas  pessoas, foi proclamada a República em Lisboa. Ontem alguns partidários do novo regime, sairam para a rua.
A Restauração (nº 294) afirmava: Quarta feira, como os nossos leitores devem saber, foi proclamado o regime republicano em Lisboa, depois de dois dias de porfiada e sangrenta luta entre as forças fieis à monarquia e as forças de mar e terra revoltadas e auxiliadas pelo povo.
No Independente (nº 461) era a seguinte a notícia: Após uma luta heróica entre revolucionários e as tropas que se conservaram fieis às instituições monárquicas, trinfou a causa republicana ao cabo de um renhido combate que se prolongou durante dezanove horas. Com a assistência da Comissão Municipal Republicana, autoridades e outras individualidades, realizou-se ao meio dia no edifício da Câmara Municipal desta cidade a proclamação da república portuguesa, sendo hasteada nos Paços do Concelho a Bandeira da República.
O Comércio de Guimarães (nº 2495), de inspiração monárquica, referia: Como em quase todas as terras do País, em Guimarães também houve manifestações de regozijo pelos adeptos do novo regime (...) A não ser vivos comentários, discussões e manifestações, nada de anormal se tem passado em Guimarães.
(Fonte - Sobre a República em Guimarães (1993), vários autores, edição da C M de Guimarães)
















Proclamação da república por José Relvas na C. M. de Lisboa e embarque da família real (Ilustração Portuguesa, 10 de Outubro de 1910)

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